20/11/2010

Perdão Revogado

O rei chamou à sua presença o homem que ele havia perdoado, e disse: "Seu malvado miserável! Eu lhe perdoei aquela dívida enorme, só porque você me pediu - você não devia ter pena dos outros, do mesmo modo como eu tive de você?" Então o rei, irado, mandou o homem ser duramente castigado, até pagar o último centavo que devia. Assim meu Pai celeste fará, se vocês se recusarem a perdoar verdadeiramente os seus irmãos. S. Mat. 18:32-35 (A Bíblia Viva).

Alguns anos atrás, um homem do Estado de Kentucky, EUA, chamado Lucien Young, soube que um velho amigo dele, Samuel Holmes, se encontrava numa penitenciária e ainda tinha mais oito anos de pena por cumprir. Dirigindo-se à prisão, Lucien perguntou ao carcereiro se poderia conversar com seu velho amigo. Recebeu permissão. Por quase duas horas os dois conversaram e riram, recordando algumas de suas travessuras da juventude.
Posteriormente Lucien, que era bom amigo do governador Blackburn, foi à mansão do Executivo e pediu que o governador perdoasse o seu amigo. O governador pediu o prazo de uma semana para pensar no assunto. Quando a semana terminou, Lucien retornou ao escritório do governador.
- Aqui está o perdão - disse o governador, estendendo o documento a Lucien. - Mas antes de entregá-lo a Samuel, quero que você converse mais algumas horas com ele. Se ao final da conversa você achar que ele deve mesmo ser perdoado, eu lhe concederei a liberdade condicional, desde que você se responsabilize.
- Entendido - disse Lucien.
Lucien correu à prisão e mais uma vez obteve licença para conversar com seu amigo. Durante o transcorrer da visita, Lucien perguntou casualmente:
- Sam, quando você sair daqui, eu gostaria que se tornasse meu sócio. Concorda? Posso até ver se consigo tirá-lo daqui antes do término de sua pena.
Sam ficou em pé e caminhou um pouco de um lado para outro. Quando voltou a falar com Lucien, disse:
- Está bem. Mas antes de qualquer outra coisa, terei de resolver um negócio.
- Que negócio, Sam?
- Primeiro, vou matar o juiz e depois a testemunha que me mandou para cá.
Lucien saiu da prisão e devolveu ao governador o documento do perdão. Você o censuraria?
Se nós não perdoamos aos outros, seria de admirar que Deus revogasse o perdão que nos concede? (Ver Eze. 18:24 e 25.)

O que o Perdão Pode Fazer por Você

Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Sal. 32:1 e 2.

Dois dias antes do Natal, Frank e Elizabeth Morris receberam um telefonema dizendo-lhes que seu filho único, Ted, de 18 anos de idade, havia sido ferido num grave acidente. A pessoa os instruía a procurar com urgência um grande hospital em Nashville, Estado do Tennessee. Quando chegaram ao hospital, um neurocirurgião lhes deu a triste notícia: Ted estava morto.
No dia seguinte, na delegacia, o casal Morris ficou sabendo que o outro motorista, Tommy Pigage, havia sofrido apenas ferimentos leves. Por ocasião do acidente, o seu nível de álcool no sangue estava três vezes acima do limite legal. Ele foi acusado como assassino, mas depois de confessar-se culpado a acusação foi reduzida para homicídio culposo. Meses mais tarde, foi sentenciado a apenas cinco anos de sursis com a estipulação de que, se violasse a sentença, teria de cumprir uma pena de dez anos na prisão. Dizer que o casal Morris (especialmente Elizabeth) ficou revoltado com uma sentença tão branda, é dizer pouco.
Mais tarde, numa reunião de mães para protestar contra o ato de dirigir sob a influência do álcool, Elizabeth ouviu Tommy contar que, ao saber da morte de Ted, ele não conseguira parar de chorar. Alguns dias mais tarde, entretanto, ele foi apanhado bebendo e levado para cumprir sua pena de dez anos.
Apesar das emoções contraditórias, Elizabeth, uma cristã, começou a visitar Tommy na cadeia. Um dia, enquanto conversavam, ele implorou perdão.
- Eu lhe perdôo - respondeu Elizabeth, acrescentando: - e gostaria que você me perdoasse por eu tê-lo odiado.
- Ah, Sra. Morris, é claro - disse ele com emoção.
Numa visita posterior, Tommy contou a Elizabeth que queria muito parar de beber, mas não conseguia. Ela lhe garantiu que ele poderia, com a ajuda de Deus. E ele conseguiu!
No dia 12 de janeiro de 1985, Tommy foi batizado. Mais tarde, ficou em liberdade condicional. O casal Morris começou a levá-lo para seu lar e a tratá-lo como filho. Escrevendo para a edição de janeiro de 1986 da revista Guidepost, Elizabeth disse que, depois disso, começou a sentir a paz que só Deus pode dar. E Tommy? Ele é uma pessoa diferente!
É isso que pode acontecer quando perdoamos - e somos perdoados.

O que o Perdão pode Fazer

Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. S. Luc. 23:34.

Wilfred T. Grenfell, famoso médico missionário, nasceu em 1865. Em 1892, ainda na faixa dos vinte anos, ele dedicou sua vida ao povo da costa oriental do Canadá, onde serviu ao seu Senhor até cinco anos antes de sua morte, em 1940. Certa vez, quando lhe perguntaram o que o havia influenciado para que dedicasse a vida ao trabalho cristão humanitário naquela fria e agreste região do Labrador, aqui está a razão que ele deu:
Certa noite, uma senhora foi levada para a sala de emergência do hospital onde ele trabalhava. Era evidente que não havia esperança de vida para ela. Segundo o depoimento de testemunhas, o marido dela havia chegado bêbado em casa e, num ímpeto de ira, jogara contra ela um lampião aceso de querosene. Os vizinhos chamaram a polícia. O marido, que começava a ficar sóbrio, e um oficial foram até o leito onde ela se encontrava. O oficial curvou-se e perguntou àquela senhora exatamente o que havia ocorrido. A princípio ela recusou-se a dizer qualquer coisa, mas ele insistiu. Por fim, ela simplesmente disse: "Senhor, foi apenas um acidente." E morreu pouco depois.
Grenfell disse que se o amor podia perdoar uma agressão daquela magnitude, ele queria seguir o exemplo de Jesus e dedicar a vida ao ministério em favor dos outros. Será que o perdão daquela senhora exerceu um efeito semelhante sobre o marido? Não sei, mas vamos esperar que sim.
Perdoar aqueles que nos ofenderam, aqueles que sob um ponto de vista humano não merecem perdão, pode exercer um poderoso efeito para o bem. Quando Jesus perdoou aqueles que O crucificavam, causou uma impressão profunda em muitos dos responsáveis por Sua morte. Atos 6:7 diz que, subseqüentemente, "muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé".
Algo semelhante pode ter acontecido quando Estêvão perdoou aqueles que o apedrejaram até à morte (ver Atos 7:58-60). Não é improvável que a conversão de Saulo tenha brotado daquela experiência.
Quando você e eu fazemos como Jesus fez, e perdoamos espontaneamente aqueles que nos magoaram, o efeito sobre eles também pode ser o mesmo - mas não conte com isso. Afinal de contas, nosso objetivo na vida como cristãos é seguir o exemplo de Cristo, e não fazer com que os outros se sintam mal por ter-nos prejudicado.

Amar os Inimigos

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. S. Mat. 5:43 e 44.

Durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, um homem chamado Wildman, de Efrata, Estado da Pensilvânia, adquiriu má reputação por ter agredido verbalmente o Pastor Peter Miller, da igreja de Dunker, na mesma cidade. Wildman alistou-se no exército. Enquanto ainda estava prestando serviço, descobriu-se que ele era um espião. Foi julgado, condenado e sentenciado à forca.
Miller ficou sabendo da sentença. Seu coração foi tocado. Caminhou 95 quilômetros até Filadélfia para interceder em favor de Wildman. Quando apresentou sua súplica perante o general George Washington, este respondeu:
- Lamento, mas não posso atender o pedido para poupar a vida de seu amigo.
- Mas, senhor, ele não é meu amigo - explicou Miller. - É meu pior inimigo.
- Quer dizer que o senhor caminhou 95 quilômetros para suplicar pela vida de seu inimigo? Isso coloca a questão sob um ângulo totalmente diferente. Vou deferir seu pedido.
Washington assinou o documento de perdão e entregou-o a Miller, que caminhou mais 25 quilômetros até onde Wildman se encontrava aguardando a execução. Quando Wildman viu que Miller se aproximava, comentou sarcasticamente com seus companheiros de sentença:
- Lá vem chegando o velho Peter. Veio para assistir ao meu enforcamento.
Nem bem Wildman havia acabado de dizer isso, quando Miller se enfiou pela multidão e entregou ao homem condenado o documento que o perdoava.

Lições dos Pássaros

Por acaso foi a sua inteligência que ensinou o falcão a voar em direção ao sul? Jó 39:26 (A Bíblia Viva).

A migração das aves é um exemplo das providências de Deus em favor de melhores condições de vida e abastecimento. Calcula-se que uns dez bilhões de pássaros se envolvam em vôos migratórios. Aqui estão alguns exemplos notáveis: o maçarico do Alasca voa milhares de quilômetros sobre o Oceano Pacífico até às ilhas do Havaí. Um papa-figo de Baltimore foi reconhecido como tendo viajado até à América do Sul e retornado para a mesma árvore em Nova Iorque. A tarambola dourada voa 4.000 quilômetros de Newfoundland até a Colômbia, no outono. Uma espécie de picanço cobre os 5.600 quilômetros da Ásia Central até à África Central.
A andorinha-do-mar do Ártico tem um dos mais longos padrões de migração entre as aves. Ela voa do Círculo Ártico até à Antártica no fim do verão, uma distância de uns 17.000 quilômetros. Retoma o vôo da Antártica ao Ártico na primavera seguinte, gastando aproximadamente dois meses em cada viagem.
Os pombos-correios têm a capacidade de orientar-se em relação com o sol e o ninho de origem. Mas em dias nublados, utilizam células especiais, as quais são sensíveis ao campo magnético da terra.
Jeremias fala de vários outros tipos de aves com instintos migratórios. Diz ele: "A cegonha, a rola, a andorinha e o grou sabem exatamente quando devem voar para outras terras por causa do inverno; também sabem a hora de voltar. Mas o Meu povo não respeita as leis do Senhor." Jer. 8:7, A Bíblia Viva.
Os seres humanos têm menos instintos naturais do que as aves. Mas o Criador implantou em nós algo que Ele não concedeu aos pássaros ou a qualquer outro animal: a faculdade moral da escolha. A razão pela qual Ele o fez foi para que nosso amor por Ele brotasse livremente, por apreciarmos o Seu caráter de amor. Somente esse tipo de amor compensa.
Israel cometeu um trágico erro quando se recusou a aceitar a lei de amor de Deus. Você e eu podemos aprender com o erro deles.

Deus Deseja Pronta Obediência

Os estrangeiros se Me sujeitaram; ouvindo a Minha voz, Me obedeceram. II Sam. 22:45.

Jenny, uma jovem norueguesa na faixa dos 20 anos de idade, trabalhava como cabeleireira na cidade de Nova Iorque na metade da década de 70. Vivia com um homem casado com outra mulher, num apartamento próximo ao salão de beleza onde trabalhava. No mesmo prédio de apartamentos morava uma moça brasileira, cristã, de nome Maria do Carmo. Maria do Carmo fez amizade com Jenny e começou a partilhar sua fé com ela. Não demorou muito para que Jenny aceitasse a Jesus como Salvador.
Certo dia, Maria do Carmo disse a Jenny que não era correto viver com um homem casado. Até àquele momento, Jenny nunca havia pensado na possibilidade de estar fazendo algo errado, mas quando o Espírito Santo a convenceu de que o que ela estava fazendo era pecaminoso, acabou com o relacionamento imediatamente. A separação foi dolorosa, mas ela estava decidida a servir a Deus de todo o coração, custasse o que custasse.
Não muito tempo depois que ela terminou o seu romance ilícito, conheci Jenny em um retiro de fim-de-semana, para o qual eu havia sido convidado como um dos pregadores. Durante minhas horas de folga, estudei a Bíblia com ela e respondi às suas perguntas. Poucas vezes encontrei uma pessoa tão decidida a abandonar o pecado de imediato como Jenny. Mais tarde, fiquei sabendo que ela retornara para a Noruega e, apesar da oposição dos familiares, se havia tornado obreira bíblica.
Vi Jenny pela última vez na Inglaterra, em 1982. Ela me contou, durante a breve conversa que tivemos, que ela estava com câncer terminal e tinha apenas pouco tempo de vida. Não muito tempo depois disso, fiquei sabendo que ela falecera, fiel ao seu Senhor até o fim.
O Espírito Santo convence do pecado (ver S. João 16:8). Mas poucos agem tão rapidamente como Jenny. A convicção leva ao arrependimento, e o arrependimento significa tristeza pelo pecado. Mas significa mais do que entristecer-se por causa do pecado. Quer dizer também abandoná-lo. Embora muitos sintam tristeza pelo pecado (especialmente quando são apanhados em flagrante), quantos se entristecem o suficente para deixá-lo assim que sentem a convicção?
O Senhor "é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça". II S. Ped. 3:9. Graças por isso! Mas Ele não ficaria mais contente ainda se abandonássemos o pecado logo que o Espírito Santo nos convencesse, em vez de ficarmos abusando de Sua misericórdia?

Destaque

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