Um gabola divertia-se numa praça pública cercada de curiosos. Tinha facilidade de linguagem, fazia questão de ressaltar sua condição de ateu, e, gratuitamente, ofendia os presentes interrogando:
- Quem quer discutir comigo? - pastor, padre, médico, advogado ou um simples crente, suba aqui!
Só um respondeu à insistência do sabichão e se dirigiu a ele. Era um senhor de trajes humildes. Nada nele demonstrava capacidade nem erudição. O orador, bazofiando, ainda tentou humilhá-lo, baseando-se em sua aparência.
O desafiado subiu ao palco, sentou-se e, indiferente às provocações, tirou uma laranja de um embrulho, descascou-a e chupou-a...
O pregador continuou seus desaforos:
- Veio falar comigo, ou fazer um piquenique? Depois de chupar a laranja, perguntou ao desafiante:
- O senhor quer me dizer se a laranja que eu chupei estava doce ou azeda?
- Bem desconfiei que o senhor é meio maluco, respondeu o orador. Foi o senhor que chupou a laranja, como quer que eu saiba se estava doce ou azeda?
Nesta altura dos acontecimentos era grande a expectativa geral. Todo o auditório queria saber como terminaria aquilo.
- Justamente isso é que fala em meu favor. Se quem chupou a laranja foi eu, só eu sei se ela estava doce ou azeda. O senhor não pode falar da experiência da salvação em Cristo se não passou por ela - continuou.
- Antes de me converter eu era um beberrão, mau esposo, mau pai: não valia nada. Um dia experimentei a graça do Evangelho e me tornei outra criatura. Por isso posso falar de ambas as coisas. Eu conheci ambas as coisas. O senhor só conhece o seu lado ateu. Não pode falar sobre Deus.
"Provai, e vede que o Senhor é bom: bem-aventurado o homem que nele confia" (SI 34.8).
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